O furto de cabos de cobre tem sido uma dor de cabeça para as concessionárias de energia. Em São Paulo, foi criada uma força tarefa envolvendo as polícias civil e militar e a Enel Brasil, empresa privada do setor elétrico. A iniciativa busca reduzir esse tipo de crime, que causa prejuízos e apagões. Os cabos têm alto valor econômico e, depois de furtados, são vendidos no mercado paralelo.
Segundo a Enel, uma das medidas que já está sendo colocada em prática é a substituição, nos acessos à rede subterrânea que alimenta parte do centro da capital paulista, das tampas de ferro pelas de concreto. Essas tampas são mais pesadas, o que dificultaria o roubo. Sabrina Serafim, responsável da Enel por Projetos e Permissões de Alta Tensão, falou sobre outras iniciativas da empresa.
“Foi ampliado o monitoramento remoto com sensores e alarmes e reforçada a segurança patrimonial, com equipes especializadas atuando nas áreas mais críticas, tanto nas áreas de rede subterrânea quanto nas áreas de rede aérea”, afirma.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que investiga estabelecimentos comerciais com histórico de receptação e venda desses produtos. A nota acrescenta que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) tem trabalhado para acabar com grupos que praticam esse delito.
No ano passado, o DEIC apreendeu quase 88 toneladas de cabos e fios de cobre, quantidade seis vezes maior em comparação ao ano anterior. O bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo, liderou o número de furtos, com mais de 1,1 mil ocorrências.
Segundo os dados apresentados, em 2024, a incidência do furto de fios de cobre diminuiu na maioria dos bairros da capital, mas aumentou em cidades da região metropolitana. Em São Bernardo e em São Caetano, houve quase o dobro de furtos em comparação a 2023.
Dados do Instituto Conexis Brasil Digital dão conta que, no ano passado, quase 5,5 milhões de metros de cabos de cobre foram furtados e roubados no Brasil, prejudicando diretamente mais de 7 milhões de pessoas.
Depois de São Paulo, Paraná e Bahia apresentam os maiores registros.