O policial federal Wladmir Matos Soares negou nesta sexta-feira (7) ter atuado como agente infiltrado para vazar informações sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a transição de governo.
O policial foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura a trama golpista e enviou sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a acusação, Wladmir Matos repassou informações sobre Lula no dia 13 de novembro de 2022. Ele fazia parte da equipe externa de segurança responsável pelos arredores do hotel em que o presidente estava durante a transição. Soares está preso desde novembro do ano passado.
Na manifestação, a defesa argumenta que o agente da PF estava escalado para trabalhar na segurança externa do hotel e não agiu como “infiltrado”, e que seu trabalho era identificar quem entrava no perímetro de segurança.
“A narrativa de que ele teria se infiltrado na segurança é totalmente desprovida de verdade. A verdade é que a Polícia Federal escalou o policial e adiou o início de suas férias para ele ajudar na coordenação da segurança fixa dos hotéis no evento da posse”, afirma a defesa.
Os advogados também acrescentaram que a denúncia usou “criatividade excessiva e descabida em um processo penal sério”, ao afirmar que ele aderiu à tentativa de golpe.
“A conclusão distorcida da verdade apresentada pela acusação de que o agente federal repassava informações sensíveis a integrantes do governo de Jair Messias Bolsonaro, é um salto lógico desprovido de fundamento”, afirma a defesa.
O prazo para entrega da defesa da maioria dos denunciados terminou nesta quinta-feira (6), às 23h59. Os advogados de 17 dos 34 denunciados apresentaram a defesa escrita ao STF.
Após a entrega de todas as defesas, o julgamento da denúncia vai ser marcado pelo STF.